Itamar Assumpção |
Um dia
eu vou contar a história desse encontro, das conversas longas, da raridade
escorrendo pela mesa, dos teus olhos de águia no palco cantando as minhas
medalhas sobre o peito.
Eu
falo dos teus cabelos, e eu lembro.
Eu
falo dos teus olhos fartos, e eu lembro.
Toda
aquela imponente alucinação era uma forma de grandeza, uma impressionante forma
delicada pressionando a minha pele, envolvendo a tua língua num espetáculo que
em uma hora esvaziará o mundo para passar o corpo, para deixar o corpo passar,
para escrever ininteligível.
Uma
linguagem manchada de sangue e de pus é o que precisamos comer no chá das cinco
e provavelmente esse chá já foi servido em becos e inundações.
Um homem com uma
dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Como se chegando atrasado
Andasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Ela é tudo que me sobra
Viver vai ser a nossa última obra
Composição: Itamar Assumpção e Paulo Leminski
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Como se chegando atrasado
Andasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Ela é tudo que me sobra
Viver vai ser a nossa última obra
Composição: Itamar Assumpção e Paulo Leminski
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