Fear, control, silence, Seanen Middleton. |
Descobrir a poesia das
esquinas e ver além e tudo o que os olhos são capazes de mostrar, sentir sem
fim ou ao menos até o coração dizer não aguento mais, cansado de estar a
filtrar as emoções do momento. Era a realidade a qual ele se inseria na
barreira de parcos limites erigida por si mesmo.
A inquietude do seu peito
brotava em imagens para que seus frutos pudessem alimentar outros sentimentos. Os
espaços abertos no peito nunca foram preenchidos com tanto sangue, verdade de
uma possibilidade outrora somente almejada.
Não, o que dormita fora
dele não o preocupa mais. Da finitude, o olhar abarca apenas fragmentos, e não
é nos dado sentir além do que é nos dado sentir – aqueles pensamentos pulsavam
feroz em meio a absurda nitidez. Que a angústia floresça em palavras, que os
sonhos deságuem em imagens pulsantes sobre o papel. Que o desespero do olhar
ilumine outras paisagens e que uma ilusão qualquer as fertilize - a verve
excedia o seu controle, mas sentado à janela, contemplando o ritmo dos carros
no limiar da escuridão, escorria uma gota de saliva de seus lábios e os olhos
pairavam perdidos.