sábado, 22 de março de 2014

PRELÚDIO

Foto de Hengki Koentjoro


Tu estás parado, os fixos olhos no horizonte anseiam por um longo despertar repleto de calma e sol – ainda não sabes que esse é teu desejo – a grama irregular tremula com o marulho do vento.  Estás indo para mais um dia de cansaço, de grito sôfrego, de espera. Algo virá depois desse dia, é a tua certeza sem precisar juntar as palavras claramente. Tudo faz parte de uma caixa branca guardada com muito cuidado depois de muito tempo.
São os prédios da cidade próximos, a estrada terminando e o fluxo se adensa. São avenidas e ruas de não saber aonde vão dar, mas ele desce em uma delas, perto do centro da cidade cada vez maior.  
O dia é longo e começa muito cedo.


domingo, 9 de março de 2014

VIAGEM DE VOLTA



Uma coisa que
Aprendi com as
    nuvens
é que é preciso fazer-se leve para flutuar

Uma coisa que aprendi com o horizonte, é que é preciso fazer-se distante para mais e mais obter profundidade.

Uma coisa que aprendi com as chegadas
é que é preciso tocar para sentir-se pleno

Uma coisa que aprendi com o
Amor
é que é preciso fazer-se outro a cada
Partida.