Fotografia de Marc Lagrange |
Iremos amiúde ver o mar
E já não me amarás como um estrangeiro.
(Estranho, Max)
Estarei na tua caça à hora do jantar.
A estrada é ampla em carros e corpos invisíveis,
teus sentidos me fazem errar sem problemas.
Estou aqui, sentado no sofá, olhando teus olhos, por
vezes, tua boca. Em cada gesto revela-me quem és.
Saboreio o alimento, os morangos vêm coroar a noite.
Estou entregue, teus braços me contam sortilégios. Revelam-me desejos.
Depois do gozo, debruço-me em tuas pernas,
conversamos sobre nada e o nada nos apetece. Empunhas faca de longa lâmina.
Pesos já não me seguram, num instante vejo o mar – grãos de areia aderem à pele
úmida.
Preparo meu corpo para ser a tua casa.