Fotografia de Arash Ashkar |
Todo, seus
olhos, o concreto, ele próprio. Parte dele erigida na fuga encontraria por fim
o seu repouso, a luz iniciou sua senda, ele penetrou no corredor num passo de
leveza calculada, expectante, observando a fragilidade das paredes e a
aparência circunspeta daquela superfície. As pessoas nas salas se foram com o
cair da noite, a ele não amedrontava a noite, estava isento da marca do medo,
ele portava as ausências no olhar. Para além das salas encadeadas alguém
sentirá a sua falta na possibilidade íntima desta quimera. Mas nunca lhe
surpreenderia o silêncio, aprendeu a desejá-lo, costurava redes com a massa
densa do silêncio na intenção de envolver e manter longe de si a aflição e o
desprezo dos amigos que não tinha.
O corredor
era extenso, parecia um templo erigido sobre sombras de amplidão indefinida e
que na noite sucumbia ao seu estado. A luminosidade vinha oblíqua acariciar as
cicatrizes do rosto.
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