domingo, 29 de setembro de 2013

ABANDONO


Fotografia de Alastair Magnaldo


É hora de ir a um outro lugar feito de palavras macias e leves como um balão que fatalmente se dissipe em qualquer parte depois de fazer beleza nos olhos.
Um outro lugar onde a expressão no rosto tenha mais que ausências, seja um lance secreto de dados ou não, onde o sentido guardado permaneça raro e só eu e uns poucos condenados possam segurá-lo entre as duas mãos sem escorrer pelas fendas.
Nesse outro lugar o amplo campo de fora se confunde com o meu jardim que ainda é cheio de grades cobertas de era. 
Só então, livre de pesos, poderei respirar, por fim.




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