Foto de Silvia Grav |
Algumas pessoas estão sobrevivendo, vagando pelo
mundo sem descobrir os próprios passos ou o som que produzem quando deixam
marcas na areia.
Arnaldo é um homem como qualquer outro e um homem
como poucos. Nele o vazio no peito se tornou mistério insone. Ele vive
procurando essa cicatriz em certa parte do corpo, nas mãos, no peito, no rosto.
Ele está acordado. Nesse exato momento abriu os
olhos e, cheio de fé, derrama o primeiro pé sobre o chão frio. Arnaldo sabe que
está só, procura as sandálias.
A janela na frente parece pequena demais, vultos e
silêncios se esgueiram na sombra. Ele toma o banho na cuia, serve-se do café
preto, apanha a chave e esconde-se na luz. Está indo novamente ao encontro de
mais um dia como uma presença que todos veem e ignoram.
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