Quando ler o que vem escrito
Não pergunte pelo real
Aceite o precipício
(...)
Ao dito sempre há ausência
sexta-feira, 8 de março de 2013
A ROSA, O MAR, O ESPELHO
Eu poderia estar diante de um espelho ou atravessando o mar.
Nesses lugares não estaria somente, mas seria eu mesmo essas metáforas
contundentes pelo fugidio instante de um poema de palavras simples e ritmadas
escrito por Cecília Meireles.
Nela me transporto para um lugar de chão movediço, sei que
tenho espinhos e me debato no escuro.
Não falo de abstrações, falo da experiência em contato com o
corpo de Cecília, algo carnal e inesperado que envolve um mistério que nem é só
dela, nem apenas meu. Andando pela cidade, ouvindo o barulho da chuva, pensava
em escrever sobre ela. Sobre sua voz calma que penetrou em meus ouvidos e me feriu
com o corte fino de um punhal de prata mostrando minhas dores e meus cansaços.
Chego em casa, a chuva cessou. Me sinto como um marinheiro
que regressa e não sabe bem onde está porque conhece somente os mares que
visitou e que tornaram mais profundos seus olhos.
Bravo!!!
ResponderExcluirO texto anterior ao poema é seu? Posso copiar e postar no pena?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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